2016/04/23

MEU TESOURO LIBERDADE

“Meu Tesouro Liberdade” é o nome de uma peça de teatro que teve como objectivo comemorar o 25 de Abril. A peça resultou de um desafio feito pelo Movimento Cívico Não Apaguem a Memória  - NAM a Suzana Arrais encenadora do Teatro Ibisto que tem como actores moradores dos bairros da Quinta do Mocho e da Quinta da Torre, nos concelho de Loures, na maior parte originários das ex-colónias portuguesas.
Propusemos que criassem e representassem uma peça que resultasse de uma reflexão sobre o que foi para eles o 25 de Abril. Dessa reflexão resultou a peça "MEU TESOURO LIBERDADE" que teve estreia hoje dia 23 de Abril de 2016, pelas 21h e 30m, no Teatro Meridional, ao Poço do Bispo, em Lisboa,
Trata-se de uma peça que fala da importância da Liberdade e da sua procura, que além de incessante e constante deve ser partilhada, pois é um tesouro valioso que não se alcança com facilidade e que, depois de atingido, não tem garantia de duração.
Após a representação houve um debate muito vivo e interessante entre os actores, a encenadora Suzana Arrais, os associados do NAM e o público em geral, em que eles explicaram o porquê do texto e da encenação. 
A encenadora é Susana Arrais (na foto) uma conhecida atriz de muitas telenovelas, encenadora e uma activista cívica com destaque para o seu trabalho no Teatro Ibisco,
numa importante acção de inserção social e cultural, nos Bairros Quinta do Mocho e Quinta da Fonte, no concelho de Loures, onde predomina população originária das ex-colónias portuguesas. 
Os actores são recrutados nestes bairros para cada peça.
A história é muito bonita e cheia de lições. Colhi-a aqui no blog "A viagem dos Argonautas", um post de Clara Castilho:
                          SINOPSE
« Lili é da Outra Aldeia, que está em guerra.
A avó de Lili é da Nossa Aldeia e por isso Lili veio aqui parar. É o mais próximo de pátria que tem. Nunca tinha estado na Nossa Aldeia mas conhece bem a sua história, língua e cultura, porque as duas aldeias são (supostamente) irmãs.
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Lili chega, fugida da guerra, à NossaAldeia onde se vive em liberdade… ou não. Mas Lili é olhada de lado por se vestir de forma diferente e andar sempre aos pulos.

Ao chegar à NossaAldeia, Lili depara-se com um povo de Marionetas que vivem alegremente nas suas rotinas, regras e preconceitos. Os Marionetas querem integrá-la mas para isso Lili tem de ser igual a eles e imitá-los. Ela tenta mas os seus movimentos são sempre mais livres e por isso é censurada. Lili desiste e é marginalizada.
Lili acaba por encontrar um grupo de descontentes que se afastaram da maioria e que dizem “não quero isto para a minha vida”, quando interpelados pelos Marionetas.
Lili tem um plano e conta a história que a sua Avó Mindinha lhe contava. A história do Tesouro que havia na NossaAldeia e que tinha sido enterrado na Montanha do Homem.
O grupo decide ir em busca do tesouro.

O caminho é duro e cheio de pedras e obstáculos que os Marionetas lá colocaram. Já para não falar do Velho do Restelo que tenta convencê-los a desistir.
O grupo de amigos de Lili segue caminho, por vezes caindo nas tentações humanas como o egoísmo e a ganância. Mas conseguem chegar e juntos!
Os amigos percebem que têm pela frente a tarefa árdua de escavar bem fundo no coração da Montanha do Homem e, retirando as pedras-más, conseguir guardar as boas.
Juntos descobrem finalmente o Tesouro, o Tesouro Liberdade!
Estão felizes e cheios de esperança e decidem voltar à NossaAldeia, levando as Pedras boas e a Liberdade, com o sonho de construir uma GrandeAldeia melhor.

Quando chegam à NossaAldeia, Lili é presa por contar histórias e incitar o povo a pensar.
O grupo de amigos de Lili, faz uma vigília/manifestação, conquistando outros amigos, mas acabam por ser atacados pelos Marionetas e os dois grupos “lutam”. Os amigos de Lili ganham mais amigos (quase todos os habitantes) e conseguem libertá-la.
O Povo-Livre da NossaAldeia reúne, partilha o Tesouro e sonha com o futuro.
- Não vai ser fácil… Mas se fosse fácil, não era para nós!

O Velho do Restelo continua no seu lugar, desconfiado e recusando juntar-se ao grupo.
Alguém comenta:
- E ele?
- Ele?… Um dia ele junta-se a nós!


FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Criação colectiva do grupo, com base em improvisações sobre o tema.
Coordenação artística - Susana Arrais
Produção - Catarina Aidos
Interpretação - O grupo de actores varia, conforme a próprio natureza do projecto e da Associação TIBISCO.